Por Oliver Peña.
Nesta semana, uma postagem de uma usuária na rede social Bluesky trouxe à tona uma polêmica sobre o uso de cadáveres “fresh frozen” (congelados frescos) em treinamentos para dentistas. O debate gerado destacou uma prática que, embora tenha chocado parte do público, é amplamente utilizada e considerada essencial para o aprimoramento de profissionais da área da saúde.
Instituições privadas no Brasil vêm recorrendo à importação de cadáveres conservados por congelamento, chamados “fresh frozen”, de países como Estados Unidos e Europa, para oferecer treinamentos práticos. O objetivo é capacitar médicos, dentistas e outros profissionais da saúde em procedimentos complexos, permitindo uma experiência mais realista e próxima da prática clínica diária.
A prática comum, mas desconhecida
Embora o uso de cadáveres frescos seja comum em cursos de medicina no exterior, a discussão nas redes sociais revela que a prática ainda é desconhecida por muitos no Brasil. Segundo Mohamad Abou Wadi, cirurgião-dentista e CEO do Grupo Kefraya, responsável pelo Instituto de Treinamento em Cadáveres Frescos (ITC), a técnica de preservação "fresh frozen" deveria ser mais amplamente aplicada, dada sua superioridade para o treinamento médico.
Ao contrário dos cadáveres embalsamados com formol, mais comumente utilizados em faculdades de medicina brasileiras, os cadáveres “fresh frozen” preservam as características naturais dos tecidos, permitindo uma simulação muito mais precisa de procedimentos médicos. A técnica de embalsamamento com formol, segundo Wadi, tem limitações que afetam diretamente o aprendizado, especialmente em áreas que requerem manipulação da pele e dos tecidos, como a dermatologia e a odontologia estética.
“Quando utilizamos cadáveres frescos, o treinamento se aproxima muito mais da realidade clínica. A textura, a maleabilidade da pele, dos músculos e até o comportamento dos tecidos são idênticos aos de um paciente vivo, o que é impossível de replicar com cadáveres embalsamados,” explica Wadi.
A técnica “fresh frozen” no Brasil
No Brasil, pelo menos duas instituições utilizam cadáveres conservados por essa técnica. O ITC, gerido pelo Grupo Kefraya, e a Faculdade CTA, em Campinas, estão entre os pioneiros nesse tipo de treinamento.
A técnica de “fresh frozen” envolve o congelamento rápido dos cadáveres, preservando sua integridade por meio de um processo controlado que mantém os tecidos viáveis para o estudo e o treinamento. Ao contrário do embalsamamento, que utiliza produtos químicos para preservar o corpo, o congelamento mantém as características naturais do cadáver, como textura, elasticidade e coloração da pele.
Essa técnica se mostrou especialmente relevante em treinamentos de procedimentos estéticos para dentistas, onde a manipulação precisa dos tecidos faciais é fundamental. Porém, o uso de cadáveres frescos não é restrito apenas à odontologia, sendo utilizado em cursos para várias áreas da saúde, como medicina, fisioterapia e enfermagem.
Desafios e benefícios
Apesar de seus benefícios, o uso de cadáveres “fresh frozen” ainda enfrenta desafios no Brasil. A importação dos corpos é complexa e cara, e a técnica ainda é desconhecida em muitas faculdades e instituições de ensino. Ainda assim, os profissionais da saúde que passaram por esse tipo de treinamento atestam sua eficácia.
Cursos que utilizam cadáveres frescos são recomendados para estudantes e profissionais em diversas áreas da saúde, como medicina, odontologia, fisioterapia, enfermagem, entre outros. O contato com cadáveres preservados de forma mais natural permite que os estudantes realizem procedimentos como suturas, dissecação e intervenções cirúrgicas com maior realismo e precisão.
O embalsamamento com formol, embora seja uma técnica de preservação eficiente para o estudo anatômico básico, não oferece as mesmas condições que os cadáveres “fresh frozen” para práticas mais avançadas, como intervenções cirúrgicas ou procedimentos dermatológicos e estéticos.
Um debate em expansão
A polêmica levantada pela usuária do Bluesky reflete um desconhecimento do público sobre os métodos de ensino prático na área da saúde. No entanto, especialistas como Mohamad Abou Wadi destacam que a utilização de cadáveres frescos é uma prática fundamental para o avanço da medicina e para o treinamento adequado de profissionais.
“A medicina moderna exige treinamentos cada vez mais realistas. O uso de cadáveres frescos, embora seja um tema delicado para muitos, é crucial para formar profissionais mais capacitados e preparados para enfrentar desafios reais nos consultórios e hospitais,” afirma Wadi.
À medida que o Brasil avança na adoção dessa técnica, espera-se que mais instituições passem a oferecer treinamentos com cadáveres “fresh frozen”, garantindo que estudantes de diversas áreas da saúde tenham acesso a uma formação prática de alta qualidade, que possa salvar vidas e melhorar os tratamentos no futuro.
O uso de cadáveres “fresh frozen” para treinamento prático pode ter causado surpresa nas redes sociais, mas, para especialistas, trata-se de uma ferramenta insubstituível no ensino de procedimentos médicos e estéticos. A técnica, que já é amplamente utilizada em países desenvolvidos, tem se mostrado um recurso de valor inestimável para a educação na saúde, e sua expansão no Brasil é um passo importante para a formação de profissionais mais bem preparados para a realidade clínica.
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Polémica en Redes Sociales: Uso de Cadáveres "Fresh Frozen" en Entrenamientos de Procedimientos Estéticos para Dentistas
Esta semana, una publicación de una usuaria en la red social Bluesky desató una polémica sobre el uso de cadáveres “fresh frozen” (congelados frescos) en entrenamientos para dentistas. El debate generado puso de relieve una práctica que, aunque sorprendió a muchos, es ampliamente utilizada y considerada esencial para la capacitación de profesionales de la salud.
Instituciones privadas en Brasil han recurrido a la importación de cadáveres conservados por congelación, conocidos como “fresh frozen”, de países como Estados Unidos y Europa, para ofrecer entrenamientos prácticos. El objetivo es capacitar a médicos, dentistas y otros profesionales de la salud en procedimientos complejos, brindándoles una experiencia más realista y cercana a la práctica clínica diaria.
Una práctica común pero poco conocida
Aunque el uso de cadáveres frescos es común en cursos de medicina en el extranjero, la discusión en redes sociales revela que esta práctica sigue siendo desconocida para muchos en Brasil. Según Mohamad Abou Wadi, cirujano-dentista y CEO del Grupo Kefraya, responsable del Instituto de Entrenamiento en Cadáveres Frescos (ITC), la técnica de preservación "fresh frozen" debería ser más utilizada, dado su valor superior para la formación médica.
A diferencia de los cadáveres embalsamados con formol, que son más comunes en las facultades de medicina de Brasil, los cadáveres “fresh frozen” preservan las características naturales de los tejidos, permitiendo una simulación mucho más precisa de procedimientos médicos. La técnica de embalsamamiento con formol, según Wadi, tiene limitaciones que afectan directamente el aprendizaje, especialmente en áreas que requieren la manipulación de la piel y los tejidos, como la dermatología y la odontología estética.
“Cuando utilizamos cadáveres frescos, el entrenamiento se asemeja mucho más a la realidad clínica. La textura, la flexibilidad de la piel, los músculos y el comportamiento de los tejidos son idénticos a los de un paciente vivo, algo imposible de replicar con cadáveres embalsamados,” explica Wadi.
La técnica “fresh frozen” en Brasil
En Brasil, al menos dos instituciones utilizan cadáveres conservados con esta técnica. El ITC, gestionado por el Grupo Kefraya, y la Facultad CTA, en Campinas, están entre los pioneros en este tipo de capacitación.
La técnica “fresh frozen” implica la congelación rápida de los cadáveres, preservando su integridad a través de un proceso controlado que mantiene los tejidos viables para el estudio y la formación. A diferencia del embalsamamiento, que utiliza productos químicos para preservar el cuerpo, la congelación mantiene las características naturales del cadáver, como la textura, elasticidad y coloración de la piel.
Esta técnica ha resultado especialmente relevante en entrenamientos de procedimientos estéticos para dentistas, donde la manipulación precisa de los tejidos faciales es fundamental. Sin embargo, el uso de cadáveres frescos no se limita únicamente a la odontología, siendo utilizado en cursos de varias áreas de la salud, como medicina, fisioterapia y enfermería.
Desafíos y beneficios
A pesar de sus beneficios, el uso de cadáveres “fresh frozen” aún enfrenta desafíos en Brasil. La importación de los cuerpos es compleja y costosa, y la técnica sigue siendo desconocida en muchas facultades e instituciones de enseñanza. Sin embargo, los profesionales de la salud que han pasado por este tipo de formación atestiguan su eficacia.
Los cursos que utilizan cadáveres frescos son recomendados para estudiantes y profesionales en diversas áreas de la salud, como medicina, odontología, fisioterapia, enfermería, entre otros. El contacto con cadáveres preservados de manera más natural permite a los estudiantes realizar procedimientos como suturas, disecciones e intervenciones quirúrgicas con mayor realismo y precisión.
El embalsamamiento con formol, aunque es una técnica de preservación eficiente para el estudio anatómico básico, no ofrece las mismas condiciones que los cadáveres “fresh frozen” para prácticas más avanzadas, como intervenciones quirúrgicas o procedimientos dermatológicos y estéticos.
Un debate en expansión
La polémica levantada por la usuaria de Bluesky refleja el desconocimiento del público sobre los métodos de enseñanza práctica en el ámbito de la salud. Sin embargo, especialistas como Mohamad Abou Wadi destacan que la utilización de cadáveres frescos es una práctica fundamental para el avance de la medicina y la formación adecuada de profesionales.
“La medicina moderna exige entrenamientos cada vez más realistas. El uso de cadáveres frescos, aunque es un tema delicado para muchos, es crucial para formar profesionales más capacitados y preparados para enfrentar desafíos reales en consultorios y hospitales,” afirma Wadi.
A medida que Brasil avanza en la adopción de esta técnica, se espera que más instituciones ofrezcan entrenamientos con cadáveres “fresh frozen”, garantizando que estudiantes de diversas áreas de la salud tengan acceso a una formación práctica de alta calidad, capaz de salvar vidas y mejorar tratamientos en el futuro.
El uso de cadáveres “fresh frozen” para entrenamientos prácticos puede haber causado sorpresa en las redes sociales, pero, para los especialistas, se trata de una herramienta insustituible en la enseñanza de procedimientos médicos y estéticos. La técnica, ya ampliamente utilizada en países desarrollados, ha demostrado ser un recurso de valor incalculable para la educación en salud, y su expansión en Brasil es un paso importante hacia la formación de profesionales mejor preparados para la realidad clínica.
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